Olá a todos
Ontem fui ao Centro de Saúde do Município de Lagoa, que fica a uns 10 Km de Portimão. Acompanhei o Dr. Luis Felipe em atendimentos lá. A cidade possui cerca de uns sete mil habitantes, divididos em pequenos povoados (chamam de freguesias aqui). Além desse centro de saúde de Lagoa, existem mais seis centros de saúde, um em cada freguesia (conheci apenas o de Lagoa). Ao que me pareceu, a população em sua maior parte é de média a baixa renda.
O Centro de Saúde é muito bem organizado, o prédio foi inaugurado há pouco tempo (Vou tentar colocar fotos do centro). Possui um pequeno bloco de Urgências e Emergências (Como se fosse um pequeno PS, chamam de consultas abertas aqui), um bloco administrativo, um bloco com consultórios médicos e um para a enfermagem, com salas de procedimento. O país está passando por uma recessão econômica muito grande agora, não sei se têm acompanhado daí, e alguns funcionários do centro de saúde estavam questionando se é realmente necessário construir algo tão grande, vimos muitas salas subutilizadas. Palmas passará por construção de algumas unidades de saúde, cabe a pergunta: será que é necessário algo grandioso, que mais serve para propaganda política? Temos que cobrir as necessidades, e depois pensar em algo mais. Mas uma coisa é certa, as unidades de saúde de Palmas precisam de lugares próprios e bem estruturados (mas sem exageros).
Quanto às demandas, pude perceber que os motivos de consultas são muito semelhantes. Claro, atenção primária. Vimos casos de DM, HAS, lombalgias, criança febril, Polipatologias, depressão, etc. Crianças, Adultos, Mulheres e Idosos. O Dr. Luis não concorda com as subdivisões em dia do idoso, dia do hipertenso, dia das gestantes, das crianças, etc, falou que restringe muito a liberdade da pessoa buscar o seu médico quando quiser. Ele deixa sempre a agenda aberta. Mas há algumas unidades que funcionam como no Brasil, com grupos de DM, HAS, idosos etc (A unidade de Faro, que vou acompanhar a partir de segunda, é uma).
Uma consulta me chamou particularmente a atenção. O paciente chegou com uma queixa X e se desenrolou a consulta. No final, quando o Dr. Luis deu espaço para ele se manifestar um pouco mais, surgiu aquela situação: by the way doctor... e apareceu o principal problema, uma depressão. O real motivo da consulta, a queixa X era secundária. Se o médico estivesse sem tempo, tocando serviço e sem paciência para escutar o doente, talvez o paciente saísse sem ter o seu principal problema resolvido.
Muito interessante a maneira como o Dr. Luis atende. Vi na prática muitos aspectos daquela aula teórica do semestre passado da Medicina Centrada na Pessoa. A própria disposição da cadeira do paciente, por exemplo: ele coloca a cadeira na lateral da mesa, próximo a ele. E vários outros aspectos ...
Hoje eu não tive atividade. (fui dispensado, rs.) Aproveitei para ir a Silves, uma cidade aqui perto, que tem um castelo medieval, bem bacana. Amanhã vou para Faro e a partir de segunda começo a acompanhar um centro de saúde lá. Espero ter a oportunidade de participar de uma reunião de PBL.
Grande abraço
Iatan Rezende Mendonça
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